Patologias Urológicas

Veja nosso conteúdo explicativo abaixo

Andropausa

O que é?

O Declínio Androgênico do Envelhecimento Masculino (DAEM), popularmente conhecido como andropausa, é uma redução gradual dos níveis sanguíneos da testosterona que acompanha o envelhecimento e que pode estar associado a uma significante diminuição da qualidade de vida dos homens. A prevalência deste distúrbio varia de 10 a 30% dos homens já na sexta década de vida. Com o aumento da expectativa de vida, o problema tornou-se mais prevalente.

Sintomas

  • Diminuição do desejo sexual, da qualidade e frequência das ereções, principalmente noturnas;
  • Alterações de humor, com fadiga, depressão e irritabilidade; Distúrbios do sono;
  • Diminuição da massa magra, volume e força muscular;
  • Aumento da gordura visceral (localizada na região profunda do abdômen, conhecida como “barriga de cerveja”);
  • Alterações na pele e perda de pelos;
  • Osteopenia e osteoporose, elevando o risco de fraturas ósseas.

Câncer de Bexiga

O que é?

É o segundo tumor urológico mais frequente, sendo o 4º tumor maligno mais comum nos homens e o 9º nas mulheres. São tumores relacionados ao tabagismo e algumas profissões, sendo mais incidente em alguns países da Europa.

Tipos

Superficial:

Atinge somente a mucosa e submucosa da bexiga e raramente provoca metástase.

Infiltrante:

Quando acomete as camadas mais profundas da parede da bexiga, como a muscular e a gordura perivesical e tem o risco aumentado de apresentar metástases.

Metastático:

com metástase (disseminação para outros órgão) em linfonodos ou a distância.

Sintomas

A perda de sangue na urina (hematúria) micro ou macroscópica é o sintoma principal, mas outros sintomas irritativos do trato urinário baixo, como polaciúria, disúria e urgência em urinar também podem aparecer. Outros sintomas gerais nos casos avançados como anemia, emagrecimento, massas pélvicas também podem estar presentes.

Diagnóstico

Imagem:

o ultrassom abdominal e pélvico apresenta alta sensibilidade em tumores maiores que 0,5 cm, sendo de utilidade pelo baixo custo e não ser invasivo, além de avaliar a bexiga e o trato urinário superior, onde podem se encontrar tumores em 10% dos casos de carcinomas indiferenciados. A tomografia e a ressonância podem ser usados, mas são mais úteis no estadiamento que no diagnóstico do tumor de bexiga.

Cistoscopia:

o exame endoscópico da bexiga é o método padrão de diagnóstico e acompanhamento, mas pode não detectar tumores pequenos em até 25% dos casos, principalmente o carcinoma in situ, que é uma lesão hiperemiada, plana, de alto grau de agressividade.

Citologia Urinária:

empregada no diagnóstico e acompanhamento destes tumores após a terapia inicial. Tem alta sensibilidade em tumores agressivos e baixa em tumores de baixo grau (35%), tendo alta especificidade (94%). Na citologia positiva é muito alta a existência de tumor urotelial, mesmo com cistoscopia normal.

Ressecção Transuretral do Tumor:

O diagnóstico definitivo é realizado através da cirurgia endoscópica pela uretra (RTU), mostrando pelo anátomo-patológico se o tumor é superficial ou infiltrativo.

Tratamento

Tumores Superficiais:

Os tumores de bexiga são superficiais em 70-80% no diagnóstico e são tratados com ressecação endoscópica das lesões. Deve se fazer exame de toda a bexiga e uretra na procura de outros tumores. A ressecação das lesões deve ser total e incluir tecido muscular para avaliação de acometimento deste ou não. As áreas suspeitas são biopsiadas do mesmo modo e, em caso de tumores indiferenciados com acometimento da submucosa (estadiamento T1GIII), nova ressecção deve ser realizada com intervalo de 3-6 semanas da primeira cirurgia.

Terapia Intravesical:

Os tumores superficiais apresentam grande risco de recorrência e podem progredir para tumores invasivos. Após a cirurgia endoscópica, a instilação de medicamentos intravesicais é empregada no sentido de se evitar recidivas ou progressão tumoral. Alguns medicamentos são empregados, principalmente o BCG (imunoterapia) e alguns quimioterápicos. Existem regimes variados do emprego destes medicamentos e o BCG pode ser utilizado, mais comumente, numa dose semanal de 40-120 mg / aplicação por seis semanas, devendo ser repetido se houver recorrência ou nos casos de tumores mais agressivos.

Tumores Invasivos:

Nos casos de carcinomas de células transicionais invasivos e os outros tipos histológicos, por serem doença potencialmente letal, um tratamento agressivo deve ser instituído. A retirada da bexiga (cistectomia radical) juntamente com a próstata e vesículas seminais no homem e útero, ovários e parede vaginal anterior na mulher, acompanhados da retirada de linfonodos pélvicos, é o tratamento padrão, proporcionando sobrevida de até 85% em 5-10 anos se não houver metástases e de 35% se os linfonodos estiverem acometidos.

A reconstrução urinária é realizada no mesmo momento da cirurgia radical e pode ser feita a neo bexiga ortotópica (para a uretra), heterotópica (para a pele) ou conduto ileal de Bricker(também para a pele), dependendo do estado geral do paciente e acometimento ou não da uretra. Nos tumores metastáticos a quimioterapia pode ser usada, existindo alguns esquemas variados de tratamento, mas com baixa resposta terapêutica.

Câncer de Pênis

O que é?

O câncer de pênis é uma doença mais frequente na população de baixo nível socioeconômico, em países em desenvolvimento, como em algumas regiões do Brasil, principalmente o norte e nordeste.

Causas e prevenção

O principal tipo histológico é o carcinoma de células escamosas e relacionado à irritação crônica por má higiene, fimose e doenças sexualmente transmissíveis, como o HPV. A prevenção do tumor é realizada facilmente com a educação da população, com o cuidado de higiene, uso de preservativo nas relações sexuais para se evitar o HPV e a cirurgia de fimose ou exuberância de prepúcio na puberdade.

Diagnóstico e estadiamento

O paciente apresenta inicialmente lesão vegetante ou úlcero-vegetante, que acomete inicialmente a glande (80%), prepúcio (15%) ou sulco coronal (5%). O exame físico apresenta alto valor preditivo positivo, sensibilidade e especificidade, sendo o principal método para a avaliação de extensão local e metástases envolvendo os linfonodos inguinais, que é o primeiro local de disseminação metastática. O diagnóstico é confirmado pela biópsia da lesão. Tomografia e ressonância são utilizadas para definir o estadiamento, apesar de se ter muito falso positivo ou falso negativo. No câncer de pênis quase 50% dos linfonodos aumentados na região inguinal não são metastáticos e 20% dos linfonodos não palpáveis têm metástases.

Tratamento

O mais indicado para lesão primária é a amputação parcial ou total do pênis, dependendo do nível de acometimento deste. A amputação parcial permite que o paciente tenha ereções e relações sexuais posteriormente. A linfadenectomia inguinal e, às vezes pélvica, está indicada nos casos de lifonodos inguinais palpáveis , tumores de alto grau e tumores localmente avançados. Alguns urologistas usam antibioticoterapia nos casos de linfonodos inguinais palpáveis, e fazem a linfadenectomia se continuarem aumentados (50% são inflamatórios), mas esta conduta é controversa e discutível, devido ao baixo nível de pacientes que retornam para controle posteriormente. A quimioterapia sistêmica tem sido utilizada no pré e pós-operatório com resultados variáveis e está em avaliação com novos estudos. A radioterapia local do pênis é usada em alguns casos selecionados, com resultados discutíveis.

Câncer de Próstata

O que é?

O câncer de próstata é a neoplasia maligna mais comum entre os homens. Ocorre quando células de uma glândula chamada próstata começam a se multiplicar de forma desordenada.

Sintomas

Geralmente, o câncer de próstata em fase inicial não apresenta sintomas. Alguns pacientes podem, inclusive, nunca ter sintomas. Por isso é fundamental que o homem faça exames de rotina. Quando o tumor cresce, os sintomas mais comuns estão relacionados ao ato de urinar, como urgência, dificuldade e levantar várias vezes à noite para ir ao banheiro.

Tratamento

De acordo com a fase do tumor e as características do paciente, o médico poderá definir quais as melhores formas de tratamento. Nos estágios iniciais da doença (tumores localizados e localmente avançados) a prostatectomia radical é indicação ouro. Consiste em uma cirurgia para retirada da próstata e apresenta altos índices de cura.

Câncer de Rim

O câncer de rim pode se manifestar como tumor de parênquima ou de sistema excretor.

Tumores do parênquima renal

O que é?

Os tumores do parênquima renal correspondem a 2-3 % de todas as neoplasias malignas e têm uma incidência de 30 mil casos novos/ano e 12 mil mortes/ano nos Estados Unidos. No Brasil estima-se uma incidência de 7-10 casos/100 mil habitantes/ano. São duas vezes mais frequentes nos homens que nas mulheres e ocorrem principalmente dos 50 aos 70 anos de idade. Existem vários tipos histológicos de tumores malignos no rim: carcinoma de células claras (70-90%), papilíferos (10-15%), cromófobos (4-5 %), ductos coletores (1%) e sarcomatoides (1%). A diferenciação histológica (Grau histológico de Fuhrman) é importante e são classificados em 4 graus e quanto maior o grau, mais agressivo é o tumor.

Diagnóstico

O ultrassom abdominal contribui para o diagnóstico de grande número de tumores incidentais, isto é, tumores assintomáticos, iniciais e localizados. Quando o tumor provoca sintomas, os principais são a dor lombar, hematúria (sangue na urina) micro ou macroscópica e massa palpável, além de outros sintomas inespecíficos como emagrecimento, febre e hipertensão. Os métodos de diagnóstico e estadiamento principais, além do ultrassom, são a tomografia computadorizada, a ressonância nuclear magnética e raramente, a arteriografia renal. A cintilografia óssea está indicada nos casos de tumor avançado com dor óssea e elevação de fosfatase alcalina. Outros exames laboratoriais podem estar alterados e o paciente apresentar anemia, eritrocitose, elevação do VHS, trombocitose, desidrogenase sérica elevada e hipercalcemia.

Tratamento

É indicada a nefrectomia (cirurgia para a remoção do tumor), que pode ser parcial ou radical. Em tumores localizados pode-se realizar a parcial com segurança, principalmente em tumores menores 4 cm. A nefrectomia radical consiste na retirada total do rim, da gordura e da fáscia perirenal (Fáscia de Gerota). A linfadenectomia regional pode ou não ser realizada e é controversa, mas pode ser importante para o estadiamento e o prognóstico. A cirurgia é realizada por via aberta ou laparoscópica, dependendo do estadiamento tumoral e da experiência do cirurgião. A quimioterapia, a radioterapia e a imunoterapia não são indicados em tumores avançados pela baixa resposta e toxicidade. Novos tratamentos estão sendo utilizados, como por exemplo os medicamentos antiangiogênicos, com boa perspectiva de resposta. A sobrevida vai depender do estadiamento tumoral, do grau tumoral e em 5 anos é de 60-85% em tumores restritos ao rim e de 0-15% em tumores com metástases hematogênicas.

Cancro Mole (DSTs)

Cancro Mole

Transmitida exclusivamente por contato sexual, essa doença pode estar relacionada à falta de higiene íntima.

Cerca de dois a três dias após contato com parceira contaminada, surgem pequenas feridas no pênis, com odor característico, dolorosas e sangrando com muita facilidade. Tendem a se multiplicar na medida em que o tempo passa, se não recebem tratamento ideal. É chamada de “a mais venérea de todas as doenças sexualmente transmissíveis”, pois, no próprio órgão, podem se espraiar pelo contato de áreas sãs com áreas contaminadas.

Candidíase Peniana (DSTs)

Geralmente surgidas 24 a 48 horas após uma relação sexual, as inflamações que acometem a glande (extremidade ou “cabeça” do pênis) e a mucosa do prepúcio (pele que recobre a glande) se apresentam como pontilhados avermelhados que coçam bastante e são causados, na maioria das vezes, por fungos, cujo mais frequente é o cândida albicans.

As pessoas diabéticas e as possuem o prepúcio alongado são as mais acometidas. Não é uma doença obrigatoriamente transmitida pelo sexo e, na eventualidade de repetições frequentes, torna-se muitas vezes necessário o tratamento cirúrgico visando à remoção da área de mucosa que se acha limitada na sua capacidade de defesa local.

Criptorquismo

O que é

Criptorquismo é a ausência do testículo na bolsa escrotal. Pode ser uni ou bilateral, ou seja, ocorrer em um escroto ou em ambos. Na maioria das vezes, o testículo fica retido na região inguinal ou abdominal, mas pode ocorrer a agenesia (ter nascido sem testículo).

Tratamento

O tratamento pode ser realizado com medicamentos, que em geral são pouco eficazes. Assim, caso o tratamento medicamentoso não resolver o problema, a cirurgia é necessária, devendo ser realizada ao redor de um ano de idade da criança. Os testículos que permanecem fora do escroto após dois anos já apresentam lesões irreversíveis, que podem levar à infertilidade (impossibilidade de ter filhos).

O criptorquismo é uma das anomalias mais comuns da infância (ocorre em 3 a 4% das crianças), sendo ainda mais frequente nos prematuros (30%).

Disfunção Erétil

O que é?

A disfunção erétil (DE), popularmente conhecida como impotência sexual, é a dificuldade persistente de obter e/ou manter uma ereção suficiente para permitir uma atividade sexual adequada, ou seja, que possibilite a penetração vaginal. Não significa DE o fato do homem eventualmente “falha na hora H”, mas sim quando o problema é recorrente.

Causas e incidência

A DE pode ter origem psicogênica, orgânica ou mista (psicogênica e orgânica). Independentemente da causa, basicamente ocorre por um desequilíbrio entre a contração e o relaxamento da musculatura lisa do corpo cavernoso.

Cerca de 50% dos homens acima de 40 anos têm alguma queixa em relação às ereções.

Destes, metade apresentava níveis elevados de HbA1c (fator relacionado ao diabetes) e colesterol, portanto a DE pode estar ligada a outras patologistas.

Fatores de risco

Alterações hormonais;

  • Tabagismo;
  • Diabetes mellitus;
  • Doenças cardiovasculares e hipertensão arterial sistêmica;
  • Outras doenças crônicas;
  • Medicamentos: vasodilatadores, anti-hipertensivos, hipoglicemiantes, antidepressivos, ansiolíticos;
  • Drogas: maconha, codeína, cocaína, heroína, metadona;
  • Alcoolismo;
  • Cirurgias.
  • Tratamento

    Determinar a origem da DE é fundamental para direcionar o tratamento, portanto não existe uma “receita mágica” para resolver todos os casos: se você sofre do problema precisa procurar um urologista para avaliar o seu quadro especificamente, e assim determinar a melhor forma de tratamento.

    Há diferentes formas de tratamento para a DE, de acordo com a causa e o perfil do paciente, apresentando resultados animadores. A terapia medicamentosa é a mais utilizada ao lado da psicológica, mas em determinados casos pode-se utilizar também o implante de prótese peniana.

Disfunção Miccional (Crianças)

O que é?

Disfunções miccionais são alterações no ato de urinar em crianças neurologicamente normais. Na maioria das vezes ocorre perdas urinárias diurnas e noturnas, frequência urinária aumentada, podendo ocorrer infecção urinária e também constipação intestinal com perda de fezes.

São necessários exames específicos e tratamento que na maioria das vezes são com medicamentos e modificações do comportamento. É um problema comum, responsável por até 40% das crianças que procuram o urologista pediátrico. É a causa mais frequente de infecção urinária na infância na ausência de anormalidades congênitas.

Doenças nos Rins (Mulheres)

Pedra no rim

O que é?

Formações endurecidas nos rins ou nas vias urinárias por causa do acúmulo de cristais de sais na urina, como cálcio, fosfatos, oxalatos.

Causas

Infecções urinárias, volume insuficiente de urina, distúrbios relacionados à eliminação de sais e vitamina D em excesso.

Sintomas

Dor intensa, com irritação e obstrução do canal urinário. Pode haver ainda palpitações, náuseas e vômitos.

Tratamento

Contra a dor, analgésicos. Cálculos menores que 5 mm são eliminados sozinhos. Os maiores são bombardeados com ultra-som. Daí, às vezes, é preciso intervir para retirar fragmentos.

Prevenção

Pessoas propensas devem evitar o consumo excessivo de alimentos ricos em oxalatos, como café, chocolate, refrigerante à base de cola, entre outros.

Ejaculação Precoce ou rápida

O que é?

É a ejaculação que acontece, de forma persistente, com mínimo estímulo antes ou logo após a penetração, antes do momento desejado. O distúrbio apenas é constatado caso esses eventos ocorram de forma recorrente e persistente, e pode causar problemas no relacionamento.

Em geral, a ejaculação precoce é observada em jovens, mais ansiosos e inexperientes, ou em idosos, que podem também ter disfunção erétil. Estudos indicam que mais de 25% dos brasileiros apresentam ejaculação precoce.

Causas

As causas fisiológicas são extremamente raras e controversas, e não há evidências de uma possível relação hormonal. Fatores emocionais e psicológicos são os mais prováveis. Se não tratada, a ejaculação precoce abala a autoestima do homem e pode comprometer seriamente o organismo, transformando-se em problema de ereção.

Tratamento

O tratamento é realizado através de psicoterapia, farmacoterapia ou associação de ambos. A opção terapêutica depende de algumas características de cada quadro, por exemplo se o homem é ejaculador primário ou secundário. Portanto, apenas o médico poderá avaliar e definir o caminho a ser seguido.

Fimose

O que é?

A fimose é a impossibilidade de retrair a pele do pênis (prepúcio) para expor a glande (cabeça). Deve-se diferenciar a fimose das aderências normais do prepúcio, que acometem todas os meninos. Nesses casos, até os 3 anos idade ocorre retração espontânea.

Tratamento

O tratamento é feito com cremes ou pomadas e se não resolverem, a cirurgia é utilizada. Deve-se evitar as “massagens” forçadas. Com 3 anos, 90% dos meninos conseguem retrair o prepúcio e expor a glande. Aos 17 anos, cerca de 1% dos jovens permanecem com fimose. É uma das causas do câncer de pênis.

Gonorreia (DSTs)

Infecção da uretra

Causada por uma bactéria conhecida por gonococo. Apresenta-se inicialmente com dor e ardência uretrais durante a micção, depois aparecendo uma secreção espessa e mal cheirosa, com aspecto de pus, em geral três a cinco dias após contato sexual com parceira contaminada.

Se não diagnosticada e tratada adequadamente poderá evoluir para complicações importantes, desde inflamação crônica da próstata até infertilidade. Sua incidência permanece alta e, como muitas das pessoas acometidas utilizam o expediente da “automedicação” ou do auxílio do balconista de farmácia para “medicá-las”, há sempre uma estimativa da incidência de gonorreia pelos órgãos de saúde competentes.

Herpes (DSTs)

Causada pelo vírus do herpes simples, a doença quase invariavelmente se apresenta em dois locais distintos do organismo, de acordo com o subtipo viral: na região oro-labial e na região genital. O aspecto inicial da doença é o de pequenas bolhas que surgem sobre uma superfície avermelhada das mucosas e que espontaneamente se rompem, formando pequenas feridas, que podem juntar-se e quase sempre com ardência local.

Quando não infectadas tendem a desaparecer entre quatro e dez dias, não significando que o paciente esteja curado.

De acordo com o estado imunológico da pessoa acometida pelo vírus, pode haver ressurgimentos da doença, fato muito desagradável e frustrante, tanto para o paciente quanto para o médico, haja vista a inexistência de vacina específica para o combate a esse tipo de vírus.

Incontinência urinária (Geral)

O que é?

Existem três tipos de incontinência:

  • A de esforço:quando há perda de urina ao tossir, rir, fazer exercício, etc.
  • A de urgência:ocorre quando há súbita vontade de urinar e a pessoa não consegue chegar a tempo ao banheiro.
  • a mista:associação os dois tipos anteriores.

Causas

Genética, hormonais, envelhecimento, tabagismo, bexiga hiperativa, lesões medulares ou doenças do sistema nervoso, etc. Sabe-se que 35% das mulheres após a menopausa sofrem de incontinência urinária ao fazer algum esforço e 40% das mulheres gestantes vão apresentar um ou mais episódios de incontinência urinária durante a gestação ou logo após o parto. Entre os homens, cerca de 5% dos submetidos à cirurgia para retirada da próstata também podem apresentar o problema.

Prevenção

A prevenção à doença se dá com administração de exercícios para o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico. Os exercícios consistem em contrair os músculos do assoalho pélvico por 10 segundos e depois relaxá-los por 10 segundos. Estes exercícios devem ser repetidos 10 vezes, em três sessões diárias. O fortalecimento destes músculos é importante para o controle da micção.

Tratamentos

É importante ressaltar que a perda involuntária de urina não é um achado normal do envelhecimento e que há tratamentos eficazes, que buscam devolver a qualidade de vida ao paciente.

Os tratamentos consistem em exercícios do assoalho pélvico, medicamentos e cirurgias. Para os casos de bexiga hiperativa ainda outras opções, como a administração de toxina botulínica diretamente no músculo da bexiga ou a estimulação elétrica dos nervos pélvicos (implante de Interstim).

Infecção urinária

O que é

Qualquer infecção no canal da urina.

Causas

A presença de micro-organismos, como bactérias, fungos e vírus no interior da uretra.

Sintomas

Dor ao urinar, febre, sangue no xixi e vontade freqüente e intensa de ir ao banheiro.

Tratamento

Além de pedir que a pessoa tome mais líquido, o médico pode prescrever antibiótico, se a causa for uma bactéria.

Prevenção

Urinar antes de dormir e após as relações sexuais, e também evitar longos banhos de imersão, já que o contato com o meio líquido favorece a contaminação.

Infertilidade

O que é?

A infertilidade é a dificuldade de um casal obter gravidez no período de um ano de tentativas, isto é, tendo relações sexuais sem uso de nenhuma forma de anticoncepção. A chance de um casal normal obter gravidez, por ciclo menstrual, é de aproximadamente 20% e que, após um ano, mais de 80% dos casais conseguirão gravidez. Acredita-se que 15% dos casais tenham alguma dificuldade de fertilização.

Causas

Criptorquidia: malformação que pode ser identificada no nascimento do menino, resultando em posicionamento incorreto do testículo, que atrapalha a produção de espermatozoides. Esse problema deve ser corrigido na infância para evitar a infertilidade do adulto.

  • Fatores genéticos.
  • Fatores hormonais.
  • Infecções

    Obstrução do canal por onde passam os espermatozoides Varicocele (varizes do testículo, ou seja, veias com dilatação anormal).

    A fertilidade masculina também pode sofrer alterações por outros fatores, como traumas e distúrbios imunológicos.

    Tratamento

    Identificada a causa e o grau da infertilidade, o médico avaliará quais as possibilidades de tratamento. Por exemplo, se o problema for provocado por infecção, deve-se tratar a infecção. Se os hormônios estiverem desregulados, a estabilização hormonal é o primeiro passo, e assim por diante. Caso a terapêutica não seja efetiva, atualmente os métodos de reprodução assistida (inseminação intrauterina e fertilização in vitro) têm obtido ótimos resultados.

Molusco Contagioso (DSTs)

Apesar de se manifestar em qualquer parte do corpo e acometer mais frequentemente as crianças, o molusco contagioso por vezes é transmitido por contato de pele e mucosas durante o intercurso sexual.

Aparece como pequenas elevações (referidas como “carocinhos”) que podem ser confundidas com verrugas, mas que tem como característica principal uma ligeira depressão no topo da elevação.

São causadas por um vírus, não raramente desaparecem espontaneamente e o tratamento deve ser feito especificamente pelo médico.

Mulheres e a Cistite

As mulheres são mais vulneráveis à cistite, a infecção do trato urinário por razões anatômicas. Nelas, a uretra é bem mais curta do que nos homens, o que facilita o acesso de micro-organismos. O tratamento deve ser rápido, evitando que a infecção avance até a área nobre dos rins.

Se você não bebeu água o suficiente em um dia, seus rins bloquearão o desejo de urinar. Tudo para evitar que seu corpo fique desidratado. Lindo. Mas isso tem um preço: o serviço de filtragem deixa de ser perfeito.

Por falar em beber água, não leve tão a sério a clássica recomendação dos 2 litros por dia, a menos que você tenha cálculo renal. Caso contrário, dê seus goles quando bater a vontade. A dica, porém, pode não valer para idosos, porque neles, por razões fisiológicas, a sede nem sempre dá as caras.

Para evitar desidratação e manter os rins em ordem, eles devem se habituar a tomar água de vez em quando, com ou sem sede.

Nefrite Aguda (Mulheres)

O que é

Inflamação dos tecidos dos rins causada por agentes infecciosos os mesmos que provocam amigdalite e sinusite, por exemplo.

Causas

Pessoas predispostas geralmente têm o problema depois de uma infecção de garganta ou de pele.

Sintomas

O mais comum deles é a coloração diferente da urina, que fica bem mais escura.

Tratamento

Além de antibióticos, usados em certos casos, são prescritos diuréticos para controlar a retenção de líquidos e assim reduzir a pressão arterial.

Prevenção

Não há um caminho específico ou 100% seguro. Vale manter a pele limpa e tomar todas as medidas para evitar outras infecções, como a de garganta.

Linfogranuloma Venéreo (DSTs)

Conhecida vulgarmente como “mula”, faz parte do grupo de doenças cuja transmissão se faz exclusivamente por contato sexual. Quase nunca conseguimos identificar o local em que a bactéria penetra no genital.

Os efeitos deletérios dessa penetração são evidentes na região das virilhas, onde cerca de duas semanas após costumam surgir gânglios aumentados de tamanho, dolorosos, com tendência à formação de abscessos.

A febre é um sinal importante e costuma acompanhar o paciente nas fases mais tardias da doença.

Caso o tratamento não se faça de maneira oportuna, podem advir algumas complicações importantes, como por exemplo, estreitamento do reto, mormente nas mulheres.

Peryonie – Curativa ou “Calo no pênis”

O que é

Essa doença se manifesta como uma zona endurecida no corpo cavernoso do pênis correspondendo a uma área fibrótica (cicatricial) e por essa razão descrita pelos pacientes como se fosse um “calo” no pênis. Sua causa é desconhecida.

Causas

Vários “culpados”são descritos:

  • 1. Pequenos traumatismos durante o ato sexual são uma possível explicação para o problema. Esses traumatismos seriam seguidos por uma cicatrização errônea.
  • 2. Isso tudo ocorreria em indivíduos geneticamente predispostos.
  • 3. Fatores imunológicos talvez estejam envolvidos, pois em alguns casos, há associação com outras fibroses do corpo como a fibrose palmar ( Palma das mãos)
  • Sintomas

    O paciente geralmente detecta a “placa” peniana, a qual pode estar acompanhada de dor ou curvatura do pênis. Uma ou outra prejudica o desempenho sexual deste paciente. Muitas vezes essa é a razão da consulta.

    Início abrupto dos sintomas ocorre em menos de 20% dos casos. A doença é progressiva, regredindo espontaneamente em menos de 10% dos pacientes. A placa pode estar localizada em um pequeno segmento do corpo cavernoso como, também, comprometer várias partes ou todo o corpo cavernoso. A dor que acompanha a Doença de Peyronie ocorre geralmente durante a ereção prejudicando o ato sexual. Em casos mais avançados, a placa pode originar curvatura peniana impedindo a penetração vaginal. Quando o comprometimento dos corpos cavernosos é extenso, a ereção fica impossível.

    Diagnóstico

    Geralmente o diagnóstico é simples, feito através das queixas do paciente e da palpação da placa. Poucas doenças podem ocasionar achados semelhantes aos da Doença de Peyronie. Após um exame físico, solicitamos também uma ultrassonografia do pênis, que irá avaliar, com precisão, o tamanho e profundidade da placa fibrótica

    Tratamento

    Como é uma doença de etiologia desconhecida, o tratamento eficaz também é ignorado. Naqueles casos assintomáticos e sem curvatura peniana, o tratamento conservador (somente observar o paciente) está indicado. Quando existem sinais de progressão da placa, dor ou curvatura mínima pode-se optar por drogas administradas via oral (vitamina E, potaba, colchicina) ou injetáveis na placa (esteroides, verapamil, colagenases).

    Se houver curvatura peniana significativa com impossibilidade de penetração vaginal, o tratamento é cirúrgico . Existem várias técnicas cirúrgicas descritas. Algumas técnicas fazem a retirada da placa fibrótica e sua substituição por outro tecido normal. Nos casos de curvatura severa ou ausência de ereção, a única solução é a utilização de próteses penianas.

Sífilis (DSTs)

Doença perigosa, pois, se não tratada adequadamente no início, poderá agir no organismo de maneira sorrateira, causando sérios problemas de ordem cardiovascular e podendo contribuir, em última instância, para a loucura e até a morte.

A manifestação clínica inicial quase sempre se faz no local da penetração da bactéria, ou seja, no genital, representada por uma ferida de bordas endurecidas e sem dor (por isso também chamada de “cancro duro”), associada ao aumento de tamanho de gânglios na região das virilhas.

Caso não seja tratada nesse momento inicial, a doença poderá “aparentemente” desaparecer, ressurgindo meses após com as complicações anteriormente referidas.

Continua suscitando crescente preocupação dos órgãos de saúde competentes, sobretudo pelo aumento recente da incidência de sífilis congênita.

Cisto Renal Simples

O que é

Pequenas bolhas cheias de líquido nos néfrons, as unidades filtrantes.

Causas

Doença renal crônica, aumento da pressão arterial nos rins e da concentração de sais nos líquidos que banham os néfrons.

Sintomas

Não apresenta sinais, mas algumas pessoas podem ter dor se os cistos crescerem e comprimirem outros órgãos.

Tratamento

Não há nada específico. Apenas é necessário acompanhamento médico periódico para evitar complicações, como cálculos e infecções.

Prevenção

Como os cistos estão diretamente ligados ao aumento da pressão, é preciso mantê-la sob controle.

Tumores Renais do Sistema Excretor

O que é?

Os tumores do sistema excretor, isto é, dos cálices, da pelve renal e ureteres são do mesmo tipo histológico do câncer de bexiga e são relacionados muitas vezes ao tabagismo. Sintomas O principal é a hematúria micro ou macroscópica (sangue na urina).

Diagnóstico

É feito por ultra-som, urografia excretora, tomografia e ressonância magnética, além da citologia urinária.

Tratamento

Consiste, na maioria das vezes, em nefroureterectomia com retirada de cunha da bexiga, no local da entrada do ureter na bexiga. Em casos selecionados (em rim único e casos iniciais, por exemplo) pode ser realizada a ressecção endoscópica com cauterização das lesões. A quimioterapia pode ser usada nos casos avançados, mas com baixa resposta.

Tumores do Testículo

O que é?

O câncer de testículo é o tumor mais prevalente nos homens entre 15 a 35 anos de idade, apresentando alta possibilidade de cura nos tumores iniciais. São tumores que respondem bem à quimioterapia e, alguns, à radioterapia. A incidência destes tumores é de 6 a 11 casos para 100 mil homens, sendo que no Brasil é de 2,2/100 mil homens.

Diagnóstico

No exame clínico se encontram nódulos ou massas no testículo, normalmente indolores à palpação, com o epidídimo homolateral normal, a não ser em casos avançados. O ultrassom escrotal tem alta sensibilidade e mostra a área nodular e hipoecoica. O RX de tórax, tomografia ou ressonância devem ser realizados como métodos de imagem para estadiamento.

O diagnóstico diferencial é com orquiepididimite, hidrocele, hérnia encarcerada, torção testicular e tuberculose. Da mesma forma que as mulheres realizam o autoexame da mama, os homens devem apalpar os testículos e observar possíveis alterações na região, pois quando a doença é detectada precocemente as chances de cura são muito grandes.

Tratamento

O tratamento inicial é cirúrgico: através de um pequeno corte no abdome o testículo é exposto e então realiza-se a biópsia no mesmo instante. Se o resultado por positivo para câncer, o testículo é retirado, o que não interfere na função sexual ou reprodutiva do homem, caso o outro testículo esteja normal.

O paciente deve ser acompanhado para verificar a necessidade de outras terapêuticas complementares, como radioterapia ou quimioterapia.

Uretrite Chlamydia (DSTs)

Infecção da uretra causada por uma bactéria chamada Chlamydia trachomatis.

Via de regra os sintomas aparecem cerca de sete a dez dias após o contato sexual, como uma secreção esbranquiçada, inodora e um tanto fluida, quase sempre sem sintomas de ardência ou prurido uretrais.

Pode também permanecer com sintomas muito discretos, apenas, o que contribui na maioria das vezes para a postergação do tratamento pertinente, culminando com complicações indesejáveis, como, por exemplo, infertilidade.