Por que formamos pedras nos rins ?

pedras nos rins

Imagine uma sala de 1 milhão de metros quadrados com dez pessoas circulando, quase certamente elas nunca se esbarrarão. Em compensação, num cubículo de 1 metro quadrado todas se acotovelarão – pedras nos rins.

Na urina, pode acontecer o mesmo. As substâncias químicas produtoras de pedras equivalem às pessoas.

Quanto menos água se ingere, maior a probabilidade de as substâncias formadoras de pedras se encontrarem e constituírem um cristal, ou seja, uma micro-pedra. Quando isso ocorre, a tendência é que outros cristais se grudarem no inicial. Aí, aumenta de tamanho e vira uma pedra.

Guardadas as dimensões, é como colocar açúcar em um copo com água, misturar e deixar evaporar. Aos poucos, grânulos se depositarão no fundo, se juntarão e, finalmente, empedrarão. A menos, claro, que se ponha continuamente água no copo, impedindo a formação dos cristais. Não à toa a água é o nosso grande fator de proteção contra as pedras.

Quem já teve, só de começar a tomar líquido suficientemente tem o risco de produzir outras diminuído em 60%.

Mas atenção: nem todo mundo que bebe pouca água terá litíase, embora o péssimo hábito aumente o risco. Além do baixo consumo de líquidos, as pedras podem se formar devido à diminuição de substâncias inibidoras de cristais urinários e principalmente ao excesso de sais minerais na urina. Conhecer esses envolvidos é outro passo vital para se livrar das pedras renais.

O abuso de certos alimentos pode levar a uma maior incidência de cálculos renais, por exemplo:

1. Carne bovina: eleva o cálcio e o ácido úrico na urina e diminui o citrato, substância que protege contra as pedras.

2. Leite e seus derivados: são ricos em cálcio.

3. Frutos do mar, anchova, atum e sardinha: aumentam o metabolismo de ácido úrico e sua excreção na urina.

4. Sal de cozinha ou cloreto de sódio: altera o processo de filtração dos rins, levando à maior eliminação de cálcio na urina.

5. Lingüiça, mortadela, presunto, salsicha, peixes defumados, bacalhau e azeitona verde: por conterem muito sal, eliminam mais cálcio na urina.

Na maioria dos casos, porém, o excesso de cálcio, ácido úrico, oxalato e cistina na urina não é por exageros alimentares. Defeitos no metabolismo dessas substâncias são a causa: estão presentes em até 80% das pessoas que vivem formando cálculo urinário.

Distúrbios no metabolismo do cálcio são os mais comuns

Seu aumento na urina pode ser porque o intestino o absorve demais ou porque os rins manipulam mal o mineral, eliminando-o além da conta. Ou ainda por alterações nas glândulas paratireoides. Localizadas ao lado da tireoide, são o “maestro’ do cálcio no nosso organismo: extraem-no dos alimentos, colocam-no nos ossos, mandam os rins expulsar o excesso. Mas, se não estiverem funcionando direito, aumentam o cálcio na urina.

Distúrbios no metabolismo do ácido úrico também são freqüentes. Toda vez que você ingere proteína (animal ou vegetal), o organismo precisa quebrá-la em pedacinhos menores (aminoácidos) para poder usar. Nesse processo, principalmente a de origem animal, produz um “lixo’, o ácido úrico. Só que, por um erro metabólico, algumas pessoas fabricam muito “lixo’ e vão ter bastante para jogar fora. Quando não conseguem, o ácido úrico sobe no sangue.

hiperuricemia

É a hiperuricemia. Ele pode ir para juntas e articulações, dando crises de gota, que doem muito. Ou ir para os rins, formando pedras de ácido úrico.

Se você já penou com a doença, há ainda o que aprender para se livrar das pedras, até porque a litíase é uma das doenças mais cercadas de idéias equivocadas. Ao contrário do que muitos acreditam, nem sempre é uma doença tranquila. O rim é um órgão suicida, e por causa de cálculos pode-se até perder os dois. Procure sempre orientação do seu Médico !

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